terça-feira, 2 de abril de 2013




Feliz o caminho que minha alma percorre, pois em sintonia com a Grande Mãe me misturo com ela e confirmo quem sou : fé, coragem, criança, mulher, alegria e amor.
Meus pés acariciam seu corpo enquanto canto, em pisadas fortes. Nessa dança, nessa entrega, fecho os olhos e arranco de dentro de mim as notas amorosas, rugidas e viscerais para entregar a esse elemento, no som do canto que dedicado a ela: flores e encantamento.
Senti a força vinda de dentro da terra invadindo meus pés, ao mesmo tempo em que me segurava aterrada, também me fazia voar... 
Avô Ar soprou a minha face e me senti menina... e o sopro fez minha pele arrepiar, soltei os brados dos guerreiros e dos animais que minha alma abriga, consola e acolhe e todos saíram nesse canto para cantar e dançar na brisa que bailava no ar.
Dancei a Dança da Águia, chamando-a para a roda. Uirapuru, Jaguatirica e Jibóia também estavam presentes.
O sol que começava a aquecer aquela manhã me buscou por entre as folhas do povo em pé invadindo com seus raios o plexo solar... Aceitei o convite e mudando a posição do corpo recebi seus raios que em cada poro que me penetrava fazendo brilhar : luz, calor e paz! Hayayama, hayayama...
E sendo terra, ar e fogo ouvi o povo da mata se manifestar. Era um timbre masculino que acompanhava meu cantar, meu desintegrar: reencontrar, doar, amar!
Silenciou...  Foi chegando de mansinho, nas gotas das folhas que acolheram o sereno, no burburinho macio de cada grão da terra molhada. : Mãe Água.
Meus pensamentos voltaram a conversar com o meu coração, com o seu coração e cantei para ela. Não há dúvida, não há medo, não há incerteza. Quando sua presença me alcança sou luz, paz e cachoeiras. Percebo seus sussurros acariciando cada canto do meu coração, do meu infinito ser. E me desmancho em lágrimas de emoção, de gratidão pelo constante acolhimento uterino, materno. Bailei meu corpo em sintonia, lentamente ao som do seu mantra: lembrança de quem sou. Ah! Mãe, tem piedade!  Acaricia meus cabelos e toma conta de mim.
Conversei com toda essa gente de energia contagiante e implorei por interferência para alcançar aquilo que minha alma clama, em palavras dirigidas claras e precisas ali deixei meu coração aberto, escancarado!
Heeeeyaaaa... gratidão! Esta palavra é a que pode expressar o conjunto de tudo que senti nesse instante que vivido.
Gratidão ao chamado, gratidão ao meu seu interior desperto que não contesta o que sente e segui confiante para confraternizar. Gratidão ao Grande Espírito que proporciona essa interação entre tudo que está: céu, terra, ar, mata, água e todos seres, inclusive eu, neste infinito conectar!
(Vivencia pessoal nas terras Sagradas da IKG)
Eu Falei! Assim é!
Brisa Alegre
31 de março de 2013.

Um comentário:

  1. Profundas palavras na simplicidade de quem se descobriu na vida.
    Lindo Blog.
    Bjs
    Niva

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