Feliz o caminho que minha alma percorre, pois em sintonia
com a Grande Mãe me misturo com ela e confirmo quem sou : fé, coragem, criança,
mulher, alegria e amor.
Meus pés acariciam seu corpo enquanto canto, em pisadas
fortes. Nessa dança, nessa entrega, fecho os olhos e arranco de dentro de mim
as notas amorosas, rugidas e viscerais para entregar a esse elemento, no som do
canto que dedicado a ela: flores e encantamento.
Senti a força vinda de dentro da terra invadindo meus pés,
ao mesmo tempo em que me segurava aterrada, também me fazia voar...
Avô Ar soprou a minha face e me senti menina... e o sopro
fez minha pele arrepiar, soltei os brados dos guerreiros e dos animais que
minha alma abriga, consola e acolhe e todos saíram nesse canto para cantar e
dançar na brisa que bailava no ar.
Dancei a Dança da Águia, chamando-a para a roda. Uirapuru,
Jaguatirica e Jibóia também estavam presentes.
O sol que começava a aquecer aquela manhã me buscou por
entre as folhas do povo em pé invadindo com seus raios o plexo solar... Aceitei
o convite e mudando a posição do corpo recebi seus raios que em cada poro que
me penetrava fazendo brilhar : luz, calor e paz! Hayayama, hayayama...
E sendo terra, ar e fogo ouvi o povo da mata se manifestar.
Era um timbre masculino que acompanhava meu cantar, meu desintegrar:
reencontrar, doar, amar!
Silenciou... Foi
chegando de mansinho, nas gotas das folhas que acolheram o sereno, no burburinho
macio de cada grão da terra molhada. : Mãe Água.
Meus pensamentos voltaram a conversar com o meu coração, com
o seu coração e cantei para ela. Não há dúvida, não há medo, não há incerteza.
Quando sua presença me alcança sou luz, paz e cachoeiras. Percebo seus
sussurros acariciando cada canto do meu coração, do meu infinito ser. E me
desmancho em lágrimas de emoção, de gratidão pelo constante acolhimento
uterino, materno. Bailei meu corpo em sintonia, lentamente ao som do seu
mantra: lembrança de quem sou. Ah! Mãe, tem piedade! Acaricia meus cabelos e toma conta de mim.
Conversei com toda essa gente de energia contagiante e
implorei por interferência para alcançar aquilo que minha alma clama, em
palavras dirigidas claras e precisas ali deixei meu coração aberto,
escancarado!
Heeeeyaaaa... gratidão! Esta palavra é a que pode expressar
o conjunto de tudo que senti nesse instante que vivido.
Gratidão ao chamado, gratidão ao meu seu interior desperto
que não contesta o que sente e segui confiante para confraternizar. Gratidão ao
Grande Espírito que proporciona essa interação entre tudo que está: céu, terra,
ar, mata, água e todos seres, inclusive eu, neste infinito conectar!
(Vivencia pessoal nas terras Sagradas da IKG)
Eu Falei! Assim é!
Brisa Alegre
31 de março de 2013.
Profundas palavras na simplicidade de quem se descobriu na vida.
ResponderExcluirLindo Blog.
Bjs
Niva