segunda-feira, 21 de maio de 2012

Amanheceu...

O ritual permanece em mim. Reconheço a leveza da alegria que trago no peito e o sorriso escondido, mas que escancara minha alma de felicidade na entrega do momento.
Em meio ao cheiro de jasmim que agora impregna meu quarto eu vibro e permaneço na dança ancestral que resgatou em mim a criança, a alegria e o feminino. 

Na dança e no canto, Avô Ar abriu seus braços e a festa se fez em cada pingo que açoitou meu corpo e meu espírito.  Mãe água... do reino das águas doces e salgadas. Lá estava eu, saudando e sendo saudada. Vinda de cima e do mar: a água – minha essência divina me devolvendo lavada para vida!  Alegria, dança, resgate, força e coragem.


Gratidão ao Clã do Sul que iluminou este momento num convite para minha preparação até chegar o momento do ritual que culminou numa catarse ao toque forte e sutil do tambor, tocado pelas mãos de uma fada, que em sua delicadeza me convidou a mergulhar de vez na casa sul onde, com a minha criança e a minha adolescente, nos entregamos ao choro angustiante e às lagrimas que ungiram tantas dores e feridas antigas tornando-as jatos de luz do meu plexo cardíaco que explodiu para expurgar e lançar ao infinito o que se encontrava represado em mim.  

Onde eu me perdi já não tinha importância, porque o sentimento era de reencontro e isto bastava.

Permaneci sob o acolhimento de onze almas femininas. Que partilhavam esse parto, ajudando-me a me parir de mim mesma.   Renascer, nascer outra vez, mais uma vez, como a Fênix.  De um lado o coiote, do outro o mico-leão dourado, animal de poder da minha casa sul, casa da cura.  Heya!


Sinto-me despida como se saísse da sauna sagrada.  Sinto meu corpo renascido, quente, pronto para viver um novo ciclo sem a preocupação do tempo que durará, mas com a certeza da importância para seguir minha caminhada. 
E com a coragem necessária pra tornar o desafio num lindo aprendizado arco-írisado.

Que meus passos continuem leves sob as folhas secas do caminho e que meus ouvidos continuem ainda mais sensíveis para absorver o canto dos pássaros, do povo com asas.
Agradeço àquela egrégora onde fiz parte. Estrela de doze pontas.
Grande tribo reconectada, mais uma vez juntas para saudar o grandioso sol, a grandiosa lua... Na eternidade infinita dos nossos espíritos viajantes.
Eu,  BRISA ALGRE, compartilho em gratidão essas palavras, que existem por atender ao chamado do coração da irmã das estrelas MAURA CHANDINI.   A ela e a sua guiança, minha reverência e gratidão eternas.     Eu falei.  Assim é.